domingo, 28 de fevereiro de 2010

Livro@futuro.com

No último post, comentei sobre a mesa-redonda que participei em novembro - com a companhia inestimável da minha Mãe - e quero citar alguns pontos essenciais do evento. Em tópicos, seguem:

> A instituição é recente e estava ainda em obra. O Oi Futuro de Ipanema é realmente uma gracinha. Já conhecia o Oi Futuro do Flamengo (que abriga o Museu de Telecomunicações, super-hiperativo, que recomendo a todos a visitação!) e conhecer esta instalação foi realmente uma oportunidade.

> Tema da mesa-redonda: "Livro@futuro.com".

> Envolvidos na discussão: Michel Melamed, Ítalo Moriconi, Ana Paula Maia, Almir de Freitas, Heloísa Buarque de Hollanda, Murilo Marinho, Fábio Sá Ear, Manya Millen, entre outros.

> Pontos abordados:

. A indagação sobre o fim do "livro-papel" angustia todos os apaixonados pela leitura e pelo livro. Mais do que um mero objeto de acesso aos textos, trata-se de um item que instiga o apelo sentimental. Só para percebermos um pouco dessa relação, cito três exemplos que denunciam essa grande paixão:

1. Caetano Veloso, na música "Livros": "Os livros são objetos transcendentes / Mas podemos amá-los do amor táctil".

2. Wilson Martins, no livro A palavra escrita. História do livro, da imprensa e da biblioteca: "(...) o livro guarda a sua superioridade própria e venerável de veículo privilegiado, de forma pela qual a idéia se materializa e transmite. Assim, tanto quanto possível, o livro deve ser belo e valioso inclusive como objeto e deve ser agradável à vista e ao tacto, como é agradável à mente. Reduzi-lo à condição de mera mercadoria é vilipendiá-lo, é humilhá-lo na sua natureza e, o que é pior, é tornar o homem indigno dele".

3. Ana Luisa Escorel (design, editora e autora): “De fato, o livro talvez seja dos mais extraordinários objetos jamais concebidos, tanto no que se refere ao aspecto físico quanto ao potencial transformador. Pequeno, portátil, livre da necessidade da reposição de peças, resistente a quedas e manuseio, barato, se comparado a produtos com os quais concorre – revistas, filmes, novelas e seriados de televisão (...)".

. As novidades tecnológicas, ou seja, o livro digital, produto incipiente em todo o mundo. Foi apresentado um video produzido pela Globo News e disponível, é claro, no YouTube; em três partes: 1; 2; 3.

. Ainda sobre o e-book, importante elucidar que a leitura em um livro digital é diferente da leitura na tela do computador. Ouço muitas declarações de que é extremamente cansativo ler no micro, força a vista, não tem página, não tem anotação, entre outras queixas. Pois é. No Kindle, Reader (Sony), leitor digital COOL-ER, Mix Leitor D, entre outros gadgets, há soluções para estes problemas. Estes equipamentos reproduzem os textos em tinta digital, não possuem luz e, portanto, não cansam. Possuem função de anotação e, o que é melhor, carregam em 1,4 GB de memória, aproximadamente 1.500 livros! Cerca de 300 kg do objeto em papel. Impressionante!

. Citei que tivemos a presença de uma escritora. A Ana Paula Maia experienciou a publicação de sua obra literária na internet. Fato incontestável da viabilidade de acesso fácil e barato aos textos publicados na web. Acrescento que o objetivo não é permanecer no papel. Busca-se a notoriedade e reconhecimento através da publicação em livro, assim como aconteceu com a sua obra . Excelente oportunidade para ela e para muitos novos escritores.

. O Brasil é o maior consumidor no mundo de livros didáticos (afirmação feita por um dos participantes). Considerando as inúmeras atualizações necessárias para garantir a boa educação nas escolas - sempre que um planeta deixa de existir, a nova ortografia é implantada, modificações geológicas acontecem etc -, a manutenção destes livros é extremamente dispendiosa. Já existe a proposta de um governador nos EUA de implantar o livro digital para garantir a informação nova, evitando também o peso das mochilas dos estudantes; concluindo ser também uma solução pertinente ao nosso país.

. Em 254 cidades brasileiras com menos de 50.000 habitantes, mesmo que não haja livrarias ou bibliotecas, as lan-houses estão presentes em 246 localidades e, ainda, acessíveis a baixo custo. O que isto significa?!

. Assim como o YouTube garante a manutenção crescente de um acervo inesgotável de imagens que fazem parte da preservação da cultura visual do Brasil e do mundo, há uma tendência inevitável do acesso virtual a um número ilimitado de obras literárias em domínio público.

Foi muito bacana! Enfim. Até!

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