sábado, 6 de março de 2010

"Ler é mais importante que estudar"

Cito no título uma frase do caríssimo Ziraldo que me faz refletir sempre que a leio.

Eu, como professora e invariavelmente curiosa estudante, sempre gostei muito da pesquisa e do estudo de uma forma geral. Muito me apraz conhecer e desvendar informações novas, novos conhecimentos que contribuem para a visão que temos dos seres e do mundo.
Atinente à leitura, desde O menino maluquinho (novamente ele: o Ziraldo!), aos 7 anos de idade (eu adorava a expressão "macaquinhos nos sótão", rsrs), minha compulsão pela leitura e minha paixão pelos livros, se tornou inerente à minha rotina.
Mas mesmo assim, para mim ainda fica nítida a diferença dos sentidos dos dois atos: ler e estudar.

Para qualquer criança, esta frase pode soar um tanto quanto rebelde, subversiva; afinal, podemos facilmente associar a leitura ao prazer de uma boa história, um bom conto. Agora, convenhamos, o de estudar, a semântica é outra: corriqueiramente teremos a percepção da tarefa árdua, penosa e obrigatória - e, ainda, escolar.

Podemos ainda inserir a questão da qualidade, isto porque, nem sempre a leitura tratar-se-á de uma boa leitura no que concerne ao conteúdo lido. E ainda assim, é valido por incitar à prática do gosto pelo seu bom hábito.

Penso que a questão principal é o acesso às obras e aos autores. Ir além do que é pré-selecionado e pré-interpretado pela mídia da televisão e do jornal. Um apuro do ler no sentido de interpretar mais criticamente, propiciar mais possibilidades de escolhas e consequentemente a oportunidade da reflexão.

O que nem sempre é viável somente através do estudo, a priori, aquele que temos nas escolas.

Sobre o assunto, vídeos do Ziraldo, disponíveis no youtube: parte 1 e parte 2.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Caetano...

Só para citar Caetano Veloso:

"Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo."

Livro@futuro.com

No último post, comentei sobre a mesa-redonda que participei em novembro - com a companhia inestimável da minha Mãe - e quero citar alguns pontos essenciais do evento. Em tópicos, seguem:

> A instituição é recente e estava ainda em obra. O Oi Futuro de Ipanema é realmente uma gracinha. Já conhecia o Oi Futuro do Flamengo (que abriga o Museu de Telecomunicações, super-hiperativo, que recomendo a todos a visitação!) e conhecer esta instalação foi realmente uma oportunidade.

> Tema da mesa-redonda: "Livro@futuro.com".

> Envolvidos na discussão: Michel Melamed, Ítalo Moriconi, Ana Paula Maia, Almir de Freitas, Heloísa Buarque de Hollanda, Murilo Marinho, Fábio Sá Ear, Manya Millen, entre outros.

> Pontos abordados:

. A indagação sobre o fim do "livro-papel" angustia todos os apaixonados pela leitura e pelo livro. Mais do que um mero objeto de acesso aos textos, trata-se de um item que instiga o apelo sentimental. Só para percebermos um pouco dessa relação, cito três exemplos que denunciam essa grande paixão:

1. Caetano Veloso, na música "Livros": "Os livros são objetos transcendentes / Mas podemos amá-los do amor táctil".

2. Wilson Martins, no livro A palavra escrita. História do livro, da imprensa e da biblioteca: "(...) o livro guarda a sua superioridade própria e venerável de veículo privilegiado, de forma pela qual a idéia se materializa e transmite. Assim, tanto quanto possível, o livro deve ser belo e valioso inclusive como objeto e deve ser agradável à vista e ao tacto, como é agradável à mente. Reduzi-lo à condição de mera mercadoria é vilipendiá-lo, é humilhá-lo na sua natureza e, o que é pior, é tornar o homem indigno dele".

3. Ana Luisa Escorel (design, editora e autora): “De fato, o livro talvez seja dos mais extraordinários objetos jamais concebidos, tanto no que se refere ao aspecto físico quanto ao potencial transformador. Pequeno, portátil, livre da necessidade da reposição de peças, resistente a quedas e manuseio, barato, se comparado a produtos com os quais concorre – revistas, filmes, novelas e seriados de televisão (...)".

. As novidades tecnológicas, ou seja, o livro digital, produto incipiente em todo o mundo. Foi apresentado um video produzido pela Globo News e disponível, é claro, no YouTube; em três partes: 1; 2; 3.

. Ainda sobre o e-book, importante elucidar que a leitura em um livro digital é diferente da leitura na tela do computador. Ouço muitas declarações de que é extremamente cansativo ler no micro, força a vista, não tem página, não tem anotação, entre outras queixas. Pois é. No Kindle, Reader (Sony), leitor digital COOL-ER, Mix Leitor D, entre outros gadgets, há soluções para estes problemas. Estes equipamentos reproduzem os textos em tinta digital, não possuem luz e, portanto, não cansam. Possuem função de anotação e, o que é melhor, carregam em 1,4 GB de memória, aproximadamente 1.500 livros! Cerca de 300 kg do objeto em papel. Impressionante!

. Citei que tivemos a presença de uma escritora. A Ana Paula Maia experienciou a publicação de sua obra literária na internet. Fato incontestável da viabilidade de acesso fácil e barato aos textos publicados na web. Acrescento que o objetivo não é permanecer no papel. Busca-se a notoriedade e reconhecimento através da publicação em livro, assim como aconteceu com a sua obra . Excelente oportunidade para ela e para muitos novos escritores.

. O Brasil é o maior consumidor no mundo de livros didáticos (afirmação feita por um dos participantes). Considerando as inúmeras atualizações necessárias para garantir a boa educação nas escolas - sempre que um planeta deixa de existir, a nova ortografia é implantada, modificações geológicas acontecem etc -, a manutenção destes livros é extremamente dispendiosa. Já existe a proposta de um governador nos EUA de implantar o livro digital para garantir a informação nova, evitando também o peso das mochilas dos estudantes; concluindo ser também uma solução pertinente ao nosso país.

. Em 254 cidades brasileiras com menos de 50.000 habitantes, mesmo que não haja livrarias ou bibliotecas, as lan-houses estão presentes em 246 localidades e, ainda, acessíveis a baixo custo. O que isto significa?!

. Assim como o YouTube garante a manutenção crescente de um acervo inesgotável de imagens que fazem parte da preservação da cultura visual do Brasil e do mundo, há uma tendência inevitável do acesso virtual a um número ilimitado de obras literárias em domínio público.

Foi muito bacana! Enfim. Até!

Jornada de Ecdótica

Ponto importante que não pode deixar de ser registrado aqui é a minha comunicação na Jornada de Ecdótica, realizada em 05/02/2010, na UERJ FFP. Segue o site para consulta: http://www.filologia.org.br/.
O tema da referida apresentação: "A evolução do suporte material, do livro ao e-book: mudanças e impactos ao leitor contemporâneo".

Baseada nas aulas de Ecdótica (Crítica Textual) do Prof.Dr. José Pereira e no livro Introdução à Crítica Textual, de César Nardelli Cambraia, mais especificamente ao capítulo "Crítica textual e informática", motivou-me até as mudanças tecnológicas que envolvem o suporte material - material em que o texto escrito é registrado, como o papiro, pergaminho ou papel.

Ainda prioritariamente envolvendo o objeto livro, mas em um futuro próximo, o e-book!!
Na verdade, trata-se de um conjunto de fatores. Em 16/11/2009, participei de uma mesa-redonda no Instituto Oi Futuro que tratava sobre o livro digital. Acrescento o trabalho que realizei na disciplina "Análise de textos", ministrada pelo Prof.Dr. Marcello Pinto (seu blog: http://marcellodeoliveirapinto.blogspot.com/) (quantos hiperlinks!), com base na obra de Dominique Maingueneau, Análise de Textos de Comunicação em que o capítulo a mim dedicado envolvia o mídium, melhor dizendo, o suporte em que os textos são inscritos. Quanta coincidência!

Para a jornada, portanto, senti-me compelida a tratar do assunto em questão. E sorte foi a minha, já que durante a pesquisa me deparei com informações muito interessantes sobre o tópico. Do tempo dedicado à minha comunicação (15min), excedi por bem mais de 20min nas minhas declarações. O que me revelou ser um tema de interesse até do próprio Professor. Ufa!

Sendo assim, convido à leitura do texto, que está disponível na página do site da CiFEFil, Círculo Fluminense de Filologia.
Afinal, são as nossas boas vindas ao futuro da era digital, também relativizando-a à cultura literária. Até o próximo post!

Novidades

Putz! Quanto tempo sem escrever! Postergando; preterindo; negligenciando; adiando meu blog. E tantas ideias para partilhar.
Sem mais lamúrias, vamos ao que interessa!

Estava comentando com um amigo sobre como sinto prazer em falar em público. Sinto-me à vontade, prazerosamente comparticipando meus parcos conhecimentos com pessoas que, em princípio, estão interessadas no assunto a ser declarado. E, importante comentar, tenho o objetivo de realizar estas ações inúmeras outras vezes. Tenho atualmente um projeto com uma amiga querida (Oi, Georgiane! =D) no qual intencionamos confeccionar pôsteres e produzir comunicações em congressos na área de Letras, Filologia e Linguística. Vou adorar!! Bacana, hem? Aguardem... rsrs